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Catarina Juliana

Catarina Juliana: uma sacerdotisa africana e sua sociedade de culto no interior de Angola – século XVIII, do historiador Daniel Precioso, analisa a vida e os rituais praticados por uma médium nascida por volta de 1710 em Luanda. Catarina Juliana, a protagonista do livro, embora tenha herdado do ventre materno a condição de escravizada, foi alforriada pelo seu amante, o português João Pereira da Cunha. Quando este se tornou capitão-mor de Ambaca, no interior de Angola, Catarina Juliana o acompanhou e, após sofrer uma doença e buscar a cura entre os povos ambundos, se iniciou na religião nativa, tornando-se uma sacerdotisa. Na condição de médium de espíritos e entidades, Catariana Juliana promoveu diversos rituais religiosos – descritos e analisados por Daniel Precioso no livro – ao lado de sua sociedade doméstica de culto.

As curas e adivinhações que promoveu em Ambaca lhe conferiram fama e ela adquiriu significativos bens, incluindo escravos. Mas acabou presa pela Inquisição portuguesa após inimigos do capitão-mor denunciá-la pela realização de práticas de idolatria e invocação demoníaca. Escrito em linguagem acessível, o livro de Daniel Precioso interessa não apenas aos acadêmicos das áreas de História, Antropologia e Ciência das Religiões, mas também aos praticantes das religiões afro-brasileiras e ao público em geral, haja vista a obrigatoriedade do ensino de história da África nas escolas brasileiras e o crescente interesse por temáticas africanas. Por último, mas não menos importante, o modo de organização do terreiro de Catarina Juliana – que esteve de passagem na Bahia – e as entidades nele cultuadas atestam a ancestralidade do chamado candomblé banto brasileiro, outrora erroneamente definido como cópia do candomblé jeje-nagô.

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Catarina Juliana, uma sacerdotisa africana e sua sociedade de culto no interior de Angola – Sec. XVIII, se apresenta como um estudo etno-histórico sobre a sociedade ritualística formada na década de 1740 no interior da Angola (então sobre domínio português), liderada pela ex-escrava e sacerdotisa africana Catarina Juliana. O objetivo principal da obra é descrever e analisar através de estudo comparado as práticas ocultistas de Catarina e sua sociedade durante esse período.

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