O cravo e as baleias: A trajetória transatlântica de um músico e homem de negócios no século XVIII nasceu das pesquisas desenvolvidas durante o pós-doutorado do autor na Universidade Federal Fluminense.
O livro acompanha a vida de Francisco Peres de Sousa, um músico e mercador da segunda metade dos Setecentos, com base em uma grande documentação, na maior parte inédita. Professor de cravo e de canto em casas da elite lisboeta, inclusive na do poderoso marquês de Pombal, Peres de Sousa também ocupou ofícios régios na América portuguesa, manteve negócios em Mato Grosso e foi titular ou sócio de importantes contratos, entre eles o da pesca das baleias e o do estanco do sal.
Durante quase quatro décadas, Peres de Sousa acompanhou episódios como o terremoto de Lisboa, o estabelecimento da Junta de Comércio, a criação das companhias pombalinas e a invasão da ilha de Santa Catarina pelos espanhóis, os quais tiveram interferência direta em sua carreira. Sua vida plena de intrigas, em que conviveu com personagens bastante conhecidos dos historiadores, oferece uma oportunidade privilegiada para o estudo do mundo dos grandes contratos régios, suas oportunidades e limites, seus testas de ferro e “contratos de gaveta”.
No livro, com base em fontes que vão desde balancetes contábeis até processos judiciais, unem-se o rigor historiográfico e a vívida reconstituição de uma época de grandes transformações. Em suas páginas, homens de negócio dos dois lados do Atlântico – um deles capaz de doar toda sua fortuna para a própria alma, dando início a uma disputa comercial – encontram-se com baleeiros, vendeiras da Bahia, escravos sequestrados pelos espanhóis e uma esfuziante prima Donna italiana, entre outras personagens, para compor um quadro sobre as facetas mais visíveis e os subterrâneos de alguns grandes contratos régios na segunda metade do século XVIII.
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O presente livro acompanha a carreira de um contratador da segunda metade dos Setecentos, Francisco Peres de Sousa, até agora quase ignorado pela historiografia. Professor de música em casas da elite lisboeta, entre as quais a do Marquês de Pombal, foi também ocupante de alguns ofícios régios na América portuguesa, interessado em negócios em Mato Grosso e titular ou sócio de importantes contratos em várias capitanias por várias décadas, entre eles o da pesca das baleias e o do estanco do sal.
