Costuma-se dizer que a crônica é um gênero eminentemente brasileiro, de caráter híbrido, “menor”, além de outras designações que se consolidaram ao longo do tempo. A origem jornalística parece ter sido a base da feição de uma crônica dita “literária”. Mas, o que as fontes primárias chamam de crônica? O que era a crônica no século XIX, de acordo com os próprios periódicos da época? O que os críticos e historiadores da literatura falaram sobre o conceito, as origens e os elementos constitutivos desse gênero? Que dados temos sobre a crônica oitocentista na construção da ideia da “atual” crônica? Que estudos levaram em consideração o jornal e em que sentido ele foi tomado para contar essa história?
Questões como essas importam para uma verdadeira genealogia da crônica no Brasil, inserindo-a em seu devido tempo e lugar e buscando fugir dos anacronismos que tão facilmente podem atrapalhar um entendimento histórico e verossímil.
Estudar a crônica do século XIX envolve uma série de conceitos e áreas do conhecimento. Por exemplo, não se pode deixar de falar sobre folhetim, jornalismo, história, política, literatura e vida pulsante na cidade, com seu cotidiano cultural e social. Em outros termos, a crônica suscita um conhecimento robusto de seu tempo, a despeito de sua leveza e oralidade, por um lado, e de seus vínculos políticos e jornalísticos, por outro.
Texto de Otoniel Machado da Silva
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A Crônica no Século XIX: historiografia, apagamento, facetas e traços discursivos, apresenta estudo com forte embasamento teórico e restaura a importância da crônica e dos jornais e periódicos em que circulavam durante século XIX. O objetivo do autor é ressaltar a importância do gênero crônica, destacando seu apagamento devido ao modo como foi descrita pelos estudiosos, desde os Oitocentos até as pesquisas mais recentes.
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