A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) não vai fechar as portas em 2022. Com a queda crescente nos recursos, havia a possibilidade da UFJF não conseguir manter o funcionamento de todas as atividades até o final do ano.
No entanto, o custo para isso é um déficit de R$ 11 milhões nos cofres da instituição. Em audiência pública, o reitor da UFJF, Marcus David, detalhou que a situação orçamentária da universidade é ruim.
Na audiência pública, a reitoria da UFJF apresentou os dados financeiros da instituição, que contempla os campi de Juiz de Fora e Governador Valadares. Diante dos cortes orçamentários promovidos pelo governo Jair Bolsonaro (PL), a universidade estipulou um gasto de R$ 111 milhões de custeio para 2022. Um valor bem abaixo do necessário para cumprir com as obrigações de contratos terceirizados, bolsas e assistência estudantil.
Panorama orçamentário
Na audiência pública, foram apresentados os dados financeiros da UFJF e de todas as universidades federais. De acordo com a série histórica, 2015 foi o ano em que mais se destinou recursos para todas as UFs: R$ 7,67 bilhões (números podem ser conferidos aqui).
Em 2022, o valor, já contando os cortes orçamentários deste ano, é de R$ 4,82 bilhões. Uma redução de cerca de 40%.
Na UFJF, os cortes afetam principalmente as bolsas estudantis, que entre 2016 e 2022, tiveram uma redução de 25%, impactando a pesquisa e a manutenção de alunos dentro da universidade.
Ao mesmo tempo, houve um crescimento no gasto com terceirizados, caracterizado pelo aumento inflacionário. Em 2022, a UFJF vai gastar R$ 43,9 milhões com serviços terceirizados. Dentro deste montante está a manutenção de 859 trabalhadores. Número bem menor que em 2109, quando a UFJF tinha 1.074 funcionários terceirizados.
Cenário ruim para 2023
Se o ano de 2022 já está ruim, para o próximo o cenário é pior, segundo a reitoria. Há a previsão de destinação de 12% a menos de recursos para as universidades, que pode levar a uma asfixia financeira de todo sistema federal de ensino.
Por isso, segundo o reitor, o foco é mobilizar a comunidade acadêmica e continuar buscando junto ao Congresso Nacional e ao governo federal um aumento nos recursos.
Fonte: Estado de Minas – Educação
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