A questão indígena no Brasil sempre foi um tema delicado. Desde o momento do desembarque dos europeus em terras brasileiras, muitos valores foram subtraídos dos índios, entre eles o direito à existência. A reparação histórica e o resgate que respeita os povos indígenas no Brasil é um dever de todo cidadão para com os verdadeiros donos desta terra.
No que tange os processos de educação escolar, os contextos sociais e culturais são muito específicos. Se no passado, a catequização feria os preceitos e a liberdade indígena a favor de uma cultura distante, hoje, mais valor é dado à cultura originária. O acesso à educação, sendo um direito universal e de todo brasileiro, não pode diferenciar os índios dos demais, mas, sem dúvida, deve estar associado ao fortalecimento de suas identidades.
O problema da educação não-indígena
A educação não-indígena é a educação escolar implantada nas comunidades indígenas desde os tempos da colônia com o objetivo de levar aos povos nativos todos os costumes europeus. Esse tipo de educação visa silenciar ou apagar a identidade indígena, mergulhando as sociedades nativas em um sistema injusto.
Neste sistema, todos devem falar a mesma língua e seguir o mesmo sistema econômico, social e cultural, numa idealizada rede homogênea de valores e de condutas. A educação indígena constrói-se coletivamente, no cotidiano, com a participação de todos os membros da sociedade, dia após dia.
Os 3 tipos de conhecimentos mais importantes na educação indígena
São 3 os tipos de conhecimentos que devem ser considerados na educação dos índios:
- Conhecimentos para o homem controlar a natureza;
2. Conhecimentos para o homem se relacionar consigo mesmo e com os outros;
3. Conhecimentos para o homem se relacionar com o sagrado. Esses três pilares organizam e orientam os processos pedagógicos indígenas.
Mudança no País desde a Constituição de 1988
A educação escolar indígena obteve bastante progresso nas últimas décadas, mas pouco comparado ao que ainda precisa ser feito. Promulgada em 1988, a Constituição Cidadã reconheceu os direitos culturais dos índios, com a determinação de que o Estado deveria garantir aos índios não apenas o direito a terra, mas também à manifestação e preservação de suas organizações sociais, costumes, línguas e tradições.
É preciso levar livros e escolas para mais aldeias
A escola chegou às aldeias, mas não todas. Os contextos sociais trouxeram enormes desafios aos profissionais da educação que embarcaram nessa aventura. O ambiente, o método, os idiomas diversos e questões culturais devem ser amplamente associados ao processo de aprendizagem.
Um lugar de troca, valorização dos costumes e a divulgação de questões científicas que sejam importantes para o contexto dos índios dá luz a uma sociedade mais justa.
A importância da valorização do professor no contexto indígena brasileiro
O professor é o fator principal relacionado ao desempenho da educação indígena. Qualquer tentativa de melhorar o sistema educacional indígena que não inclua a valorização docente terá resultados muito limitados.
O Brasil está bastante atrasado com seus professores, principalmente quando comparamos com a Europa em termos salariais. Na América Latina, fica atrás de diversos países também.