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Conteúdos Paco,  Serviço

Cinemas periféricos

Olhar para outros lugares, outras culturas, sempre foi um exercício salutar. No campo do cinema, quando optamos por ver filmes fora do eixo hegemônico Estados Unidos-Europa, temos a chance de enxergar seres humanos muito diferentes de nós sob outro ângulo. Com o domínio do cinema norte-americano, nos acostumamos com histórias que podem até ser interessantes, muito bem contadas, mas que não são suficientes para termos uma visão de mundo mais ampla. Hollywood não é o mundo. Os Estados Unidos, através do principal prêmio que promove, o Oscar, tem se dado conta da necessidade de incluir filmes estrangeiros em maior número. Ainda é uma mudança pequena, mas uma produção como Parasita (2020), do sul-coreano Bong Joon-ho, ter vencido o Oscar de Melhor Filme de Melhor Filme já é um indicativo de que é preciso alargar os horizontes. A plataforma de streaming Netflix, de grande acesso no Brasil, também sinaliza um movimento neste sentido. E o espectador, se procurar e forçar um pouco a orientação do algoritmo, consegue ver opções de outros países, como Japão, Tailândia, Índia, Irã, México e tantos outros. O crescimento dos cinemas nacionais frente à indústria hollywoodiana é uma tendência inevitável.
Atualmente, por exemplo, o que significa entrar no universo de russos e ucranianos através do imaginário representado em suas cinematografias? Certamente nos ajuda a entender um pouco mais a guerra que agora presenciamos. Ver filmes de diretores como Andrêi Zviaguintsev (russo) e Sergei Loznitsa, (ucraniano), mesmo que não toquem em temas em torno de conflitos, sempre será, de nossa parte um passo rumo à empatia para com estes países e seus povos. Os cinemas periféricos, também chamados de world cinema, são nossa oportunidade de contato com o outro.

Texto de: Ivonete Pinto

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Cinemas periféricos: estéticas e contextos não hegemônicos, nos apresenta ao longo de seus capítulos a definição do que se caracteriza, segundo ela, por “cinemas periféricos”, e como as obras cinematográficas que desviam do radar hollywoodiano – ou hegemônico – tem crescido, mostrando sua relevância e qualidade.

O leitor é convidado a conhecer um pouco do contexto histórico social dos países periféricos que, possuem grande produção cinematográfica, além de mergulhar nos importantes festivais que são responsáveis pela divulgação dessas produções. Trata-se de uma grande contribuição que também se compromete em mostrar a importância do cinema periférico para o imaginário de sua audiência.

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