Você já ouviu falar em Ligas Acadêmicas dentro das universidades? Associações sem fins lucrativos, essas Ligas são importantes instrumentos de ensino-aprendizagem, pesquisa e extensão universitária dentro das suas especialidades. Formadas por estudantes e professores, a participação nesses grupos contribui para a formação profissional, afinal, as atividades desenvolvidas podem ser inseridas no currículo, no que diz respeito ao campo de extensão universitária.
Dentro das Ligas, é possível cadastrar grupos de estudos, eventos, cursos, bem como promover outras atividades. Com intuito educativo, esses grupos possibilitam a partilha do conhecimento para além da sala de aula.
Na Uesb, as raízes das Ligas Acadêmicas estão na área de Saúde. Estudante do curso de Fisioterapia, no campus de Jequié, Luiza Nascimento atua como presidente da Liga Acadêmica Multidisciplinar em Saúde do Idoso (Lamsi). Com a participação não apenas de estudantes de Fisioterapia, o grupo é conta com a colaboração de acadêmicos de Enfermagem, Farmácia, Medicina, Nutrição, Odontologia e Psicologia, trazendo também a participação de outras instituições.
Com foco em ações de ensino, pesquisa e extensão relacionadas a saúde do idoso de forma multiprofissional, Luiza conta que a Lamsi realiza uma série de ações, como “atividades de conscientização e educação sobre o envelhecimento saudável, prevenção de doenças e promoção da qualidade de vida na terceira idade”.
Embora exista uma preocupação sobre uma espécie de “especialização precoce” na qual as ligas podem guiar, a professora Claudineia Gesteira, coordenadora da Lamsi, não acredita que esses grupos possuem esse poder de influência sobre as carreiras profissionais dos estudantes. “A Liga é uma oportunidade do discente buscar aprofundar sobre uma determinada área do conhecimento da saúde que ele se interessa, não com objetivo de influenciar ou especializar, mas de complementar o ensino, uma vez que devemos formar profissionais generalistas”, explica Claudineia.
Mas a atuação das Ligas Acadêmicas não se restringe apenas aos cursos de Saúde e chega, também, em outras áreas, como nas Ciências Jurídicas. Em 2020, a Uesb passou a contar com a Liga Acadêmica de Ciências Criminais (Laccrim), no campus de Vitória da Conquista.
Aluno do curso de Direito e membro da Laccrim, Túlio Novaes contou que o grupo foi criado ainda no período de Ensino Remoto Emergencial, implementado por causa da pandemia de Covid-19. “A Laccrim me trouxe um grande conhecimento acerca do regimento da Universidade, do estatuto do Centro Acadêmico, de técnicas de liderança, de coordenação e organização”, conta o estudante. Tudo isso só foi possível graças aos projetos desenvolvidos pelo grupo, que realizam “atividades voltadas, sobretudo, para o ensino, com a realização de minicursos, webinários e aulas internas”, finaliza.
Como criar uma Liga? – Para aqueles que possuem o intuito de fundar uma Liga Acadêmica, o primeiro passo é buscar um diálogo com seu professor, de preferência, aquele que tenha uma afinidade maior com o tema que deseja estudar. Caso o docente aprove o projeto, o aluno poderá submeter ao Colegiado do curso. A partir daí, poderá procurar outros professores e alunos que se interessem pelo projeto para fazer parte da equipe. Outra maneira de criar esses grupos de estudo é através do cadastramento, via edital de extensão, fornecido pela Universidade.
Você sabia? – Com forte poder na inserção da atividade científica, as Ligas Acadêmicas surgem no ramo das Ciências Biológicas. O primeiro grupo organizado nesse formato surgiu em 1920, na Universidade de São Paulo (USP). Foi lá que estudantes organizaram a Liga de Combate à Sífilis, com o intuito da organização era intervir, de maneira social ou médica, nos problemas de saúde pública.
Fonte: UESB
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