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Feminismos na Imprensa Alternativa Brasileira

O feminismo é um assunto cada vez mais discutido na sociedade brasileira, seja através de rodas de conversa, seja nas redes sociais, seja na mídia. Esta luta, tão importante para os direitos da mulher ao longo das décadas, nunca foi tão debatida e divulgada, sobretudo através de veículos da imprensa alternativa. É neste contexto, que Viviane Gonçalves Freitas baseia seu livro “Feminismos na Imprensa Alternativa Brasileira”, lançado recentemente pela Paco Editorial.

Esta pesquisa é uma análise das últimas quase quatro décadas do movimento feminista, por meio de quatro jornais que fogem dos padrões, para dar espaço de fala à mulher e à pluralidade no diálogo. Se nas origens desse movimento o foco era em direitos básicos de cidadania, como o direito ao voto e até a liberdade de escolha, hoje a discussão pode até ser outra, mas é tão importante quanto antes. A luta contra a opressão de gênero, a batalha por mais espaço de representação na política e a tentativa de igualar salários são algumas das pautas mais frequentes nessas discussões.

A pluralidade do movimento feminista

O feminismo é um movimento, que por padrão, visa unificar as mulheres para lutarem pelo direito de todas. Embora essa união seja necessária, é importante não esquecer que este também é um assunto plural. Afinal, ser mulher é apenas uma característica das várias que constroem a identidade de uma pessoa. Muitos aspectos fazem parte da construção de uma pessoa: sua raça, sua origem, sua vivência, entre outros.

Analisar o contexto e a agenda de quatro jornais que falam sobre o feminismo em épocas distintas e com linguagens variadas, é o que permitiu à Viviane Gonçalves Freitas retratar essa pluralidade no discurso feminista. Os veículos “Nós Mulheres” (1976 a 1978), “Mulherio” (1981 a 1988), “Nzinga Informativo” (1985 a 1989) e “Fêmea” (1992 a 2014), mostram que abordagens diferentes podem lutar a favor de um mesmo grupo.

Há 40 anos, muito se discutia em favor de uma democracia completa, em meio tanto à ditadura no Brasil, quanto à declaração da ONU do ano da mulher em 1975, enquanto nos anos recentes o movimento ganhou adesão online e discussões em mídias sociais. Ao mesmo tempo, através do veículo “Nzinga Informativo”, o debate ganha um ponto de vista até então inédito: o da mulher feminista negra. Assim, esta imprensa alternativa traz discussões novas sobre uma luta antiga, com temas que não são comumente abordados na mídia tradicional.

A necessidade da imprensa alternativa para o feminismo

O livro “Feminismos na Imprensa Alternativa Brasileira” é uma leitura indispensável para entender os movimentos sociais das últimas décadas. Afinal, a luta presente nas redes atualmente, não é nova e nem surgiu do nada. É tudo parte de uma discussão maior que começou há décadas e que só vem se desconstruindo e reconstruindo para se adaptar às novas necessidades.

Além disso, não podemos esquecer que até relativamente pouco tempo atrás não existiam redes sociais e comunicação virtual instantânea para organizar os movimentos. Cabia, precisamente aos jornais alternativos, agirem como informativos sobre as manifestações em todo o país para organizar a luta e as demandas pelos direitos. Por isso, estudar veículos alternativos em cada época é primordial para entender movimentos sociais, tornando este livro uma leitura vital para estudarmos e compreendermos a essência do feminismo brasileiro.

O livro de Viviane Gonçalves Freitas é resultado de sua extensa pesquisa de pós-doutorado em Ciência Política pela UFMG. Além deste título, a pesquisadora também possui doutorado em Ciência Política pela UNB, onde iniciou seu estudo sobre a imprensa feminista brasileira. Ela ainda possui mestrado e bacharelado em Comunicação Social pela PUC Minas.

Fundada em 2009, é uma editora voltada para a publicação de conteúdos científicos de pesquisadores; conteúdos acadêmicos, como teses, dissertações, grupos de estudo e coletâneas organizadas, além de publicar também conteúdo técnico para dar suporte à atuação de profissionais de diversas áreas.

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