O dia 2 de abril é marcado globalmente como o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, ou simplesmente como o Dia Mundial do Autismo.
Instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) no final de 2007 e celebrada em todo o mundo a partir de 2008, a data tem o objetivo de proporcionar um maior conhecimento sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) para a população.
Por meio de campanhas, ações na mídia entre outros recursos, busca-se alertar e chamar atenção da sociedade sobre esse transtorno do neurodesenvolvimento, ajudando a desmistificar preconceitos e promover esclarecimentos.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), por volta de 70 milhões de pessoas são afetadas pelo TEA no mundo. No Brasil, são aproximadamente dois milhões de casos registrados.
Segundo levantamento da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), até o ano de 2017 uma em cada 160 crianças no mundo apresentava autismo.
O que é o Autismo?
O autismo é uma condição de saúde identificada a partir de um déficit de desenvolvimento nas áreas de comunicação social e comportamento.
Esse transtorno de desenvolvimento se manifesta por meio de variados sintomas, como fobia, agressividade, dificuldades de aprendizagem e de relacionamento, entre outros.
Por existirem diferentes níveis de autismo, com muitos subtipos e que se manifestam de maneira diversa em cada indivíduo, é possível até que algumas pessoas não apresentem nenhum destes sintomas.
É em razão dessa abrangência que se utiliza o conceito de “espectro”, fazendo referência aos vários níveis de comprometimento provocados pelo transtorno.
Desse modo, da mesma forma que há casos de pessoas que apresentam doenças e condições associadas, como deficiência intelectual ou epilepsia, o que pode agravar os casos, há também indivíduos que levam vidas independentes e comuns, sem nem terem o diagnóstico do transtorno.
A importância da empatia
Infelizmente, de forma geral, ainda é comum que as pessoas com TEA enfrentem uma forte estigmatização, discriminação e violação de direitos humanos, com dificuldades de acesso a serviços e com um apoio falho.
Nesse sentido, as ações psicossociais, que trabalham questões como o tratamento comportamental e o estímulo de treinamento de habilidades para os pais de pacientes com TEA, auxiliam positivamente no desenvolvimento comunicacional e de comportamento desses pacientes.
Com um acompanhamento empático e inclusivo, que permita aos portadores de TEA desfrutar da acessibilidade plena aos ambientes físicos e sociais, melhor será o bem estar e a qualidade de vida propiciados a esse público.
Diante disso, a empatia e o reconhecimento desse grupo de pessoas como detentoras de direito à plena inclusão e participação na sociedade são elementos fundamentais de garantia dos direitos humanos.
Algumas obras literárias oferecem uma excelente oportunidade de conhecer um pouco mais sobre o espectro autista, focando na necessidade que os portadores têm de se sentirem incluídos e amados para se enxergarem como parte do mundo.
Livros como “Um livro diferente” (de Anita Brito), “Meu amigo autista” (de Maria Eduarda Loureiro), “O Menino Só” (de Andrea Viviana Taubman) e “A escova de dentes azul” (de Marcos Mion) apresentam abordagens lúdicas e poéticas sobre o autismo, focadas principalmente no público infantil.
Já livros como “Transtorno do Espectro Autista e Inclusão”, “Mentes Únicas” e “Autismo e Inclusão” exploram com mais profundidade o tema e apresentam perspectivas de estímulo ao desenvolvimento das habilidades de um portador de TEA.