Confira o texto do autor, Daniel Christian dos Santos, sobre sua obra “Altericídio- Como A Filosofia Política De Achille Mbembe Analisa A Negação Do Outro”
O livro Altericídio foi concebido com o propósito de aprofundar e analisar o que se discute em um importante livro Crítica da Razão Negra do filósofo camaronês. Produto de minha dissertação do mestrado, no campo da filosofia política, trata-se do primeiro trabalho filosófico que analisa a obra de um filósofo africano contemporâneo no Programa de Pós-graduação em Filosofia da Universidade Federal de Sergipe. A começar pelo título do livro em análise nessa obra já passamos a considerar um desses enunciados que vem para estabelecer ruptura, ao mesmo tempo que é profundamente irônico quando propõe tal análise.
O desafio enfrentado por Mbembe reside em adotar uma postura crítica frente ao modelo epistemológico apresentado, e largamente apreendido, nos espaços de discussões
intelectuais normalmente estabelecido. A urgência em anunciar que ligado a isso há uma “razão negra” que deve ser analisada. O devir-negro do mundo e os caminhos do fazer político do ocidente, também, são nossa busca quando analisamos a obra do filósofo camaronês e, minha expectativa é a de fornecer mais uma perspectiva hermenêutica de análise dessa obra contemporânea traçando os paralelos que possam auxiliar na compreensão.
Além disso, as categorias da filosofia política alterícidio, raça, razão negra e devir-negro do mundo são objeto de nossa analise neste livro. Outra proposta é, assim como Achille Mbembe, analisar a raça como basilar e pressuposto principal do fazer político estabelecido no ocidente. Como a raça e racializados (negros, não brancos, pobres) tornam-se objeto de construção de poder por parte dos que fazem uso do
expediente da raça para controlar o estado e exercer o domínio, ampliando a discussão para economia política.
No momento histórico que concebo este livro, não encontrei nada mais interessante para descrever o presente da filosofia política do que o livro Crítica da Razão Negra (2018), de Achille Mbembe. O título do livro em análise, nesta obra, pode ser considerado um desses enunciados que vem para estabelecer ruptura, ao mesmo tempo que é profundamente irônico quando propõe tal análise. O desafio enfrentado pelo autor desse enunciado reside em adotar uma postura crítica frente ao modelo epistemológico apresentado, e largamente apreendido, nos espaços de discussões intelectuais normalmente consagrados. A profundidade irônica reside no fato de tomar um desses baluartes incontestes da cultura acadêmica ocidental, Crítica da Razão Pura (2001) de Immanuel Kant, sem medo de trazer à luz o que há de obscuro, anunciar que ligado a isso há uma “razão negra” que deve ser analisada. O devir-negro do mundo e os caminhos do fazer político do ocidente, também, são nossa busca quando analisamos a obra do filósofo camaronês, e minha expectativa é a de fornecer mais uma perspectiva hermenêutica de análise dessa obra contemporânea traçando os paralelos que possam auxiliar na compreensão.
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