Como se deu a organização a política externa brasileira no Império? Como um Império rodeado por repúblicas conseguiu criar seu espaço na complexa geopolítica sul-americana no século XIX? Quem estava por trás da construção do lugar político no Brasil em suas décadas iniciais?
Essas são algumas perguntas que o livro procura responder. A pesquisa centrou a análise da política externa imperial na atuação de um diplomata pouco celebrado por sua função administrativa, porém reconhecido pelo ativismo intelectual: Francisco Adolfo de Varnhagen
Mergulhando nas cartas, ofícios e obras de Varnhagen, o livro desvela como um monarquista convicto ajudou a posicionar o Império do Brasil em meio às repúblicas sul-americanas, num momento de delicados embates e intervenções europeias.
O livro analisa como o diplomata-historiador utilizava da sua experiência como pesquisador para negociar a posições do Império em meio a episódios marcantes. Dois deles são analisados a fundo no livro: o Congresso Americano de lima de 1864 e a Guerra da Quádrupla Aliança de 1864-1866, que colocou a Espanha contra Chile, Bolívia, Peru e Equador contando com bombardeios, batalha navais e desaforos diplomáticos.
A surpreendente atuação de Varnhagen mostra o processo complexo de construção da política externa brasileira, mas também da própria trajetória do diplomata-historiador. Dentre essas contradições, o livro demonstra como um monarquista, convicto da superioridade do regime frente à república, foi o precursor da americanização das relações internacionais brasileira no início do século XIX.
O livro debate tanto a história da política externa do Império quanto o estudo de trajetórias individuais para compreensão do espectro mais amplo. O tratamento da trajetória intelectual e profissional de Francisco de Varnhagen torna-se uma janela para a análise do processo de consolidação do estado imperial e de seu lugar na América do Sul oitocentista.
Texto de: José Augusto Ribas Miranda
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Este livro trata sobre a trajetória diplomática de Varnhagen. Francisco Adolfo de Varnhagen (1816-1878) o historiador que escreveu o império também ajudou a desenhar as fronteiras e a política externa do Brasil, foi diplomata de carreira e atuou em temas chaves da política externa brasileira em meados do século XIX. Em um Império rodeado de Repúblicas, sua representação diplomática se deu entre dilemas de Monarquia e República, Verdade e Imparcialidade, História e Diplomacia. Inserido em uma política externa amplamente euro-orientada, foi inconscientemente um dos precursores da americanização das relações do Brasil, atuando junto as repúblicas do Peru, Chile e Equador entre 1863 e 1867.
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