A obra “Justiça Agrária” é histórica e sociológica, no sentido de que fornece ao leitor a oportunidade de conhecer de uma forma diferente e viva, a partir da ótica de quem experienciou e lutou, as três principais revoluções sociais que formaram, conforme os críticos, a contemporaneidade: a Revolução Norte-Americana de 1776, a Revolução dos anos de 1790 na Inglaterra e a Revolução Francesa, em 1779.
Sobre o autor
Ela foi escrita por Thomas Paine (1737-1809) (e traduzida por Daniel Gomes de Carvalho), referenciado pelos historiadores contemporâneos como ator, intérprete, pensador e ativista. Produziu ao longo de sua vida artigos e tratados, como o Senso Comum, principal panfleto pela independência das 13 colônias, Os Direitos dos Homens, em resposta ao conservadorismo da época, e a Justiça Agrária, que reflete a condição social dos mais vulneráveis em tempos de guerra.
Estrutura
A obra, que possui 69 páginas e foi traduzida por Daniel Gomes de Carvalho, doutor em História Social pela Universidade de São Paulo com a tese O pensamento radical de Thomas Paine (1793-1797): artífice e obra da Revolução Francesa, está dividida em tópicos.
Ao todo, tem-se 12 tópicos. Nos primeiros, o autor discorre sobre as revoluções, buscando, a partir de uma linguagem de fácil acesso e compreensão, narrá-las a partir de quem não só vivenciou, mas lutou, produzindo inclusive semanário de apoio à emancipação dos mais oprimidos, sendo um exemplo nesse sentido o panfleto pela independência das 13 colônias.
É importante destacar que a obra reflete não apenas as revoluções, mas os pensamentos e a biografia de Thomas Paine, que, como se viu brevemente, é farta.
Para Moncure Daniel Conway, autor da primeira biografia de Paine, “nenhum homem conhecia tão intimamente o movimento revolucionário, ou era tão competente para lembrá-lo. Franklin havia deixado com ele suas notas e papéis concernentes à Revolução Norte-Americana. Seu conhecimento pessoal incluía quase todos os grandes e famosos homens do seu tempo, na Inglaterra, América do Norte e França”. Isso traduz o espírito da obra ora em comento.
É no tópico 9 que o autor aborda a Justiça Agrária, título de um panfleto escrito por Thomas Paine nos anos de 1790 (entre 1795 e 1796). Foi publicado em 1797. Thomas propôs que os proprietários de terras cultivadas deveriam pagar uma renda básica à comunidade, para que esta financiasse pensões para os mais velhos, aqueles que atingiram a incapacidade em decorrência da velhice.
Em outras palavras, o que o Thomas propôs foi tributar os proprietários de terras para pagar as necessidades daqueles que não as possuem, devido a herança socio-histórica.
A quem interessa a obra
A Justiça Agrária é uma obra essencial para quem busca conhecer as origens de certas questões que ainda permeiam a sociedade, como a desigualdade agrária, social e econômica. Ela é basilar nesse sentido, central. Pode, assim, ser lida por estudantes, pesquisadores, curiosos, professores, gestores públicos e autoridades políticas.
Aproveite a leitura rica que esta obra pode oferecer a você!