O livro “Controles e Resistências na Informatização da Corte de Justiça Pernambucana” relata como ocorreu o processo de implantação dos dois primeiros sistemas informatizados para o controle de distribuição e tramitação de processos judiciais. Essa implantação trouxe uma nova metodologia de trabalho para o Judiciário, influenciando o modo dos servidores realizarem suas atividades laborais.
Deixar os afazeres efetuados de maneira segura para mergulhar num ambiente novo de trabalho, em contato com modernos equipamentos tecnológicos, gerou medos e inseguranças. Por outro lado, o resultado pretendido com a informatização vislumbrou para alguns privilegiados gestores a perda de poder sobre o controle das informações processuais, que em alguns casos representava porta aberta para a corrupção. Ainda, retirou do advogado a possibilidade de direcionar as futuras ações judiciais para juízes cujo entendimento jurídico poderia beneficiar seus clientes.
Todo esse clima de tensões tem como cenário os turbulentos anos finais da ditadura civil-militar no Brasil, instabilidade econômica e, no plano internacional, os conflitos da guerra fria. Reações extremas existiram, a maioria não tive autorização para serem divulgadas, mas as determinações legais para fazer cumprir as ações necessárias para a implementação do projeto de informatização tiveram ampla publicidade.
A obra tem a expectativa de alertar os gestores do mundo jurídico e correlatos a repensar a forma como introduzir novas metodologias e ferramentas tecnológicas no ambiente de trabalho corporativo, mesmo considerando os benefícios que estas podem propiciar aos cidadãos que dependem dos serviços públicos.
Texto de João Carlos Gonçalves Cavalcanti
Confira abaixo o livro disponível em nosso catálogo sobre o tema:
A obra Controles e resistências na informatização da corte de justiça pernambucana, resulta de importante pesquisa a respeito do processo de informação do Poder Judiciário de Pernambuco, datado na década de 1980. O autor busca apresentar narrativas a respeito das medidas legais adotadas pelo Estado a favor da modernização (como os primeiros sistemas de controle de informações da trajetória dos processos judiciais), além de uma minuciosa análise de documentações que defendiam a ideia de modernização e progresso, de maneira que esse órgão oferecesse alternativas e serviços de melhores condições a população, considerando grandes áreas como a História e também o avanço tecnológico.
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