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Dicas de português sobre o Pleonasmo

O Pleonasmo é o que chamamos de figura de linguagem, o que pode configurar como um recurso de estilo em um texto ou no desvio da norma padrão. Isso acontece porque as expressões podem soar como uma ênfase em algo ou situação, ou ainda, como um equívoco na hora de falar ou escrever.

A redundância, ou nome para essa ideia, pode aparecer em situações muito diversas, como veremos adiante. Você pode encontrar em um texto literário ou ouvir alguém dizendo no seu dia a dia. E é muito importante compreender sobre esses conceitos para aprimorar os conhecimentos em torno da linguagem.

O Pleonasmo como um vício

Você encontra a Tautologia no dia a dia, em forma de vício de linguagem, por exemplo, quando alguém diz “subir para cima”, “descer para baixo”, “principal protagonista”, “elo de ligação”, “acabamento final”, “certeza absoluta”, “metades iguais”, “surpresa inesperada”, entre outros.

Essas expressões não são formuladas para dar ênfase na frase, mas surgem por falta de atenção na hora de construir um enunciado. Por mais que as pessoas saibam internamente que não há como “subir para baixo”, podem falar em uma situação informal para alguém “subir lá em cima”.

O recurso linguístico na Literatura

Sabemos que as palavras são ferramenta quando o assunto é Literatura e muitas construções que poderiam configurar como erros podem ser estratégicas. Por isso é comum encontrar expressões redundantes em poemas, por exemplo, para efeito de ênfase.

“Chovia uma triste chuva de resignação” – Manuel Bandeira

“Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal” – Fernando Pessoa

“Me sorri um sorriso pontual e me beija com a boca de hortelã” – Chico Buarque

“E rir meu riso e derramar meu pranto” – Vinicius de Moraes

Existe nos casos acima a intenção poética, o objetivo de tornar o texto mais intenso, portanto, o Pleonasmo surge como recurso estilístico. O autor nessa situação tem “licença poética” para tornar seu texto redundante, na ideia de tornar o discurso mais forte.

O realce ao objeto

O Objeto Pleonástico é outro recurso ligado à redundância, que pode ocorrer em objeto direto ou indireto. Nesses casos há intenção de realçar o significado do objeto, o que acontece com a repetição por meio pronominal. Mais uma vez temos o uso da Tautologia com intenção, a fim de destacar um texto.

“Às violetas, na janela, não lhes poupei água”. (Dalton Trevisan)

“A correntinha, guardou-a no bolso da camisa de riscado”. (Mário Palmério).

O Pleonasmo não necessariamente é um erro, pode surgir como uma intenção do autor em diferentes construções de texto. Cabe ao leitor compreender a intenção e desvendar o que há por trás do discurso. Por outro lado, saber sobre essa Figura de Linguagem é interessante para evitar as expressões redundantes.

Por mais que algumas não pareçam, como é o caso de “fato real”, podem estar presentes na nossa rotina. Então, estudar sobre o assunto colabora para enriquecer o vocabulário, evitar erros e quem sabe, tornar o Pleonasmo uma ferramenta para ser usada quando surgir o elemento da intenção.

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