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Nosso autor: Geraldo Pieroni

Geraldo Pieroni é nosso autor de hoje. Publicou com a Paco a obra “Vadios e Ciganos, Heréticos e Bruxas – Os Degredados no Brasil-Colônia”


Sobre o autor
:

Possui graduação em Historia pela Universidade Federal de Minas Gerais (1978), mestrado em História pela Universidade Federal da Bahia (1991) D.E.A em História – Université Paris IV – Paris-Sorbonne (1993) e doutorado em História – Université de Paris IV – Paris-Sorbonne (1996). Professor-pesquisador no Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Comunicação e Linguagem (Mestrado e Doutorado)/PPGCom-UTP. Membro da comissão de pesquisa da Universidade Tuiuti do Paraná. Atualmente os seus estudos estão concentrados nos processos comunicacionais que se manifestam em instituições e nas práticas culturais. Contempla regimes interacionais e as múltiplas linguagens mobilizadas em contextos sócio- históricos específicos. Pesquisa os mecanismos da comunicação e imagens como movimento de mediação e interação cultural. Projeto de pesquisa atual: Comunicação e Arte Crítica: Dois artistas, dois tempos – Goya e Banksy.

Livro publicado pela Paco Editorial:

Fruto de um exaustivo trabalho de pesquisa em arquivos, livros raros, enciclopédias, coleções de leis e processos de degredados, o autor traz uma amostra do que foi o seu trabalho de maior fôlego que resultou na sua tese de doutorado. A historiografia do Brasil-Colônia ganha um significativo contributo com esta obra, que fez emergir, para a história brasileira, a categoria silenciada até então – os degredados e sua trajetória. Os Estados Modernos na Europa trouxeram sua força e impuseram sanção àqueles que transgredissem suas normas, e para isso aplicou o controle social, neste caso, pelo Estado Português de forma exemplar, com suas leis sobre o degredo. A modernidade é também a época da construção do mundo Atlântico que presenciou as maiores transferências forçadas de população de africanos e europeus. A chamada “migração forçada” faz parte da história do Atlântico Sul, e o livro trata dos personagens que fizeram essa travessia em direção norte-sul e sul-norte. O estudo dessa entrada específica de população europeia na Colônia veio preencher uma lacuna histórica que permite reconstruir as trajetórias daqueles que atravessaram o Atlântico premidos pelas necessidades fundamentais do estabelecimento da colonização na América do Sul. Com sólida documentação, ao desvelar trajetórias pessoais dos degredados, o autor nos insere nos primórdios da colonização portuguesa no Brasil. Há notícias de degredados desde a expedição de Cabral. E dessa época se fez uma construção, quase mítica, do sofrimento desses primeiros condenados. A terra brasileira, não mais São Tomé, passou a ser o lugar de degredo. Os donatários tiveram que se haver com eles, com horror, ou, mesmo, com intenção utilitária para a funcionalidade da colonização. Neste livro, Geraldo Pieroni vai além de desvendar a história dos degredados no Brasil-Colônia. Ao desfazer algumas das construções da historiografia sobre degredados, como sinônimos de pessoas marginais e violentas, ele nos mostra as nuanças das leis e a lógica da atuação do Estado e da Igreja portugueses nos séculos XVI-XVII.

 

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