Livro “A Reconstrução da Educação. Os Professores Entre o Extremismo e o Neoliberalismo” – CHAMADA ABERTA

Resumo da Obra:

Em 2023, o jornal alemão Deutsche Welle publicou uma matéria que mostra que as escolas públicas alemãs desenvolvem programas que estimulam a participação e debates das novas gerações em controvérsias políticas e históricas. Esses programas estão vinculados a política nacional de obrigatoriedade curricular sobre o Holocausto e revelam que existem muitas lacunas no conhecimento histórico entre jovens alemães. Os próprios educadores relatam que os jovens só têm contato com a temática do nazismo no nono ano do ensino fundamental que, segundo eles, seria um tempo tardio e, ao mesmo tempo, não poderia ser tratado apenas na disciplina de História.
Na Itália, numa perspectiva semelhante, o jornal Corriere Della Sera publicou um artigo sobre como as escolas se transformaram também em espaços de reflexão sobre a memória pública. Contudo, essa memória para o neoliberalismo italiano deveria ser proposta a partir de uma narrativa sobre a duplicidade antidemocrática que expõe de uma vez por todas como a extrema direita e as esquerdas são afetadas pela mesma patologia política da intolerância e, portanto, teríamos que constituir novos fundamentos da tolerância com o revisionismo histórico e com a consciência de higiene com o passado.
No Brasil se promoveu também um conjunto de fóruns para discutir a temática da reconstrução nacional da educação contando, inclusive, com a participação do Ministério da Educação, de empresas privadas e da grande mídia. Fala-se em melhores aulas ou aulas mãos na massa com um olhar para o futuro, contudo, sem deixar claro os espaços para as controvérsias do passado ou da memória pública. Se, por um lado, existe uma preocupação com o crescimento do extremismo que defende a predominância da força física contra as forças da cultura – que se caracteriza, fundamentalmente, pela aversão e pelo ressentimento contra o professor –, por outro, existe uma espécie de aversão nesses debates pelo termo professor e a proposição obsessiva de substituí-lo por termos como mediadores, animadores, gestores e impulsionadores.
Diante do exposto, a presente chamada convida pesquisadores e professores com o objetivo de refletir sobre os desafios de uma reconstrução nacional da educação em torno do crescimento do extremismo nas escolas públicas e da proposta neoliberal que esvazia o papel crítico dos docentes em salas de aula. As contribuições podem ser feitas em forma de artigo ou relatos de experiência.

Áreas de pesquisa relacionadas ao tema proposto:

• Educação;

• Filosofia;

• Ética;

• Sociologia;

• História;

• Geografia;

• Psicologia;

• Artes;

• Antropologia;

• Ciência política;

• Teorias da comunicação;

• Teorias do direito.

Organizador:

Flávio Valentim De Oliveira
(Lattes)