Conforme a OMS (2019), o ato de ceifar a própria vida constitui uma grave questão de saúde pública, devendo haver debates contínuos quanto aos métodos de prevenção, intervenção e posvenção, posto que todos os anos milhares de vidas são perdidas por suicídio.
Há registro que mais de 77% dos suicídios ocorreram em países de baixa ou média renda, onde são observados maiores indicadores de desigualdades sociais. Entretanto, estima-se que o número de tentativas de suicídio seja vinte vezes maior que o suicídio, visto que muitas não chegam aos serviços de saúde. Nesse cenário encontra-se o Brasil, com o registro de 112.230 mortes entre os anos de 2010 e 2019.
Contudo, em todas as regiões do país se observa o estigma ao paciente que tentou suicídio no momento de busca por ajuda, tais como vergonha, falta de informação e dificuldades no acesso aos serviços de saúde, seja por escassez de recursos ou mesmo pelos apontamentos preconceituosos dos profissionais de saúde.
Entretanto, a relação epidemiológica real do suicídio é importante para que ações possam ser traçadas levando em consideração as regiões onde os números apontam para uma situação alarmante, bem como, para o planejamento de estratégias individualizadas conforme a cultura e o modo como o suicídio se apresenta para cada comunidade.
Um passo substancial para as políticas de prevenção do suicídio no Brasil e eventos correlatos, se deu em abril de 2019, com a homologação da Lei brasileira n° 13.819, que instituiu a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio, uma iniciativa que deve contar com ações dos poderes municipais, estaduais e federal. Essa recente política de saúde pública é uma estratégia permanente do poder público que estabelece a necessidade de tratamento ao sujeito, estendido também a sua família. Sendo assim, os desafios são robustos, devendo os pesquisadores da área, não medir esforços para prevenir o suicídio e redimir a dor e o sofrimento humano!
Texto estabelecido por Moisés Fernandes Lemos
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