Ariano Suassuna, Jorge Amado, Rachel de Queiroz, são incontáveis as contribuições da cultura nordestina para a arte mundial.
O folclore nordestino trouxe inúmeras obras memoráveis para a cena cultural do teatro brasileiro.
O pesquisador Magela Lima faz um rico estudo da cena teatral como um local em que se possa reconhecer o Brasil e sua história. Resultado da tese de doutorado do autor, trata-se de um estudo acerca da cena teatral brasileira, centrando na cultura nordestina.
Afinal, a influência do Nordeste para o teatro brasileiro é vasta, construindo um universo fascinante e muito característico, baseado principalmente na tradição popular.
Compreender a teatralidade nordestina, para o autor, é entender a cultura brasileira. O Nordeste é um lugar marcado no tempo e no espaço, por resistência, por disputa de poder, por colonialismo.
A cultura popular que caracteriza boa parte da contribuição da arte nordestina configura um panorama da própria resistência popular, sendo um retrato fidedigno de um contexto sócio-histórico, imprescindível para compreender a história do Brasil.
O autor compreende que, embora as histórias contadas por meio das obras que têm o Nordeste como pano de fundo sejam universais, podendo se adequar a variadas formas, a força desta cultura artística reside na tradição popular.
Porém, o fato da palavra Nordeste estar no plural, no título da obra, evoca a intenção do autor em chamar a atenção para a versatilidade desta cena teatral.
Afinal, apesar de mais conhecido pela cultura popular, existe outra vertente mais centrada na área urbana, configurando outra abordagem. Algo como uma nova arte nordestina neste panorama.
A pluralidade do título também remete a outras ideias mais amplas. Afinal, a cultura nordestina é também alvo de estereótipos e interpretações rasas de suas obras, quase caricatas.
A heterogeneidade da região é algo que deve ser ressaltada. O Nordeste é plural. O autor pontua que o Nordeste não é um tema a ser abordado e sim uma forma de teatro.
Magela Lima ressalta que o Teatro do Estudante de Pernambuco, em 1946, foi emblemático para o que o se convencionou chamar de “Teatro do Nordeste”. O autor compreende que a recorrência dos temas abordados foi fundamental para criar uma identidade cultural nordestina.
O autor confirma que o Nordeste abordado em obras emblemáticas de Ariano Suassuna, entre outras, existe. Tem identidade, especificidade, discurso próprio, entre outras características que o constituem como algo sólido.
Reconhecer a importância da cultura nordestina para a cena teatral brasileira, é reconhecer o próprio Brasil.
Os Nordeste e o Teatro Brasileiro verifica as concepções de criação e as estratégias de visibilidade que demarcaram o Nordeste como lugar no teatro brasileiro, procurando compreender que mecanismos interferem na projeção nacional de uma obra ou de um artista de teatro no Brasil é que se delineia a proposta de estudo aqui desenvolvida. A história de afirmação do chamado “teatro do Nordeste” é resgatada a partir do encontro de diferentes gerações de artistas e cenas.
Sobre o autor
Jornalista e doutor em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia, Magela Lima destaca-se por sua pesquisa acerca da cena teatral brasileira.
Magela Lima também atuou na área de jornalismo cultural, além de ter ocupado o cargo de Secretário Municipal de Cultura da Prefeitura de Fortaleza.
O autor possui vasta experiência docente, sendo coordenador dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda no Centro Universitário 7 de setembro.
Grande incentivador da cena cultural nordestina, Magela Lima também é consultor de programação do Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga.
Veja entrevista para o jornal O Povo
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