É fundamental destacar, inicialmente, que a característica básica do ser humano é, justamente, o convívio de forma cooperativa entre os membros de sua comunidade. Assim, a política se constitui em um sistema de técnicas e regras que objetivam a harmonização desse convívio cooperativo entre indivíduos humanos em larga escala. Dessa forma, o ser humano é, por consequência, o sujeito da Política, isto é, o seu agente. Por sua vez, a Ciência Política caracteriza-se no conjunto sistematizado de métodos de investigação e assimilação referente às instituições e práticas políticas.
Ora, desde 2,5 milhões de anos atrás, quando indivíduos do gênero humano passaram a coabitar o planeta, com destaque aos últimos 2,5 mil anos, a humanidade vem aperfeiçoando essas técnicas e regras objetivando harmonizar o convívio. Porém, conforme a história nos revela, o progresso segue passos lentos, a custo de muito sacrifício.
Porém, nos últimos 2,5 séculos passou a existir uma aceleração gradual desse processo, com destaque ao lema revolucionário francês: liberdade, igualdade, fraternidade. A partir desse cenário o sentimento de empatia passou a tomar força e forma, ganhando impulso após os horrores produzidos pela Segunda Guerra Mundial, sobretudo com o Holocausto e seus milhões de mortos, sacrificados por simplesmente existirem.
Motivada por essa tragédia, a Declaração Universal dos Direitos Humanos passa a proclamar, em seu art. 1º, que “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.” Assim, a fraternidade, que deriva do latim frater, que é irmão, ou seja, uma comunidade de irmãos unidos por laços de empatia e afeto, cuja chama foi acesa durante a Revolução Francesa, ganha força e brilho, a partir de seu novo status normativo internacional.
Dessa forma, a busca pela concretização de uma comunidade Fraterna é o caminho para a humanidade conquistar sua essência e plenitude. Portanto, o papel da Ciência Política contemporânea é, justamente, estudar o percurso desse caminho.
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O objetivo deste livro, além de servir de bibliografia básica e roteiro de estudos para a disciplina de Ciência Política, nos cursos de graduação, tem a pretensão de saciar a sede de conhecimento pelo tema, contribuindo com a necessária autonomia intelectual dos leitores. Para alcançar esse objetivo, a exposição do respectivo estudo foi apresentada em cinco capítulos.