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A diplomacia entre as quedas

Este livro aborda um dos momentos diplomáticos mais tensos da diplomacia brasileira no século XX. A busca pelo desenvolvimento industrial resultou na busca por novas gerações de energia para impulsionar a industrialização do Brasil na passagem das décadas de 1950 a 1960. A região das Sete Quedas, na fronteira com o Paraguai, apresentava grande potencial hidro energético. Porém, historicamente a região era objeto de um litígio fronteiriço como consequência do término da Guerra da Tríplice Aliança na segunda metade do século XIX. Sendo assim, o governo paraguaio comandado pelo ditador Alfredo Stroessner (1954-1989) exigiu explicações do governo brasileiro por realizar estudos na área em litígio, em 1962, que teve como resposta a argumentação de que o território pertencia ao Brasil. A partir de junho de 1965, sob o regime militar de Castelo Branco, tropas militares brasileiras ocuparam a área em litígio iniciando um período de tensão entre os dois países. Em solo paraguaio manifestantes protestavam contra o Brasil e a oposição política de Stroessner aproveitou o episódio para atacá-lo. Mas o ditador paraguaio soube tirar proveito da situação e conseguiu explorar o clima de tensão em relação ao Brasil como algo a favor da sua imagem de “defensor dos interesses nacionais”. O desfecho do impasse resultou na assinatura da Ata das Cataratas em 1966 e que sete anos depois consolidaria o projeto hidroelétrico de Itaipu. A pesquisa deste tema envolveu fontes históricas do Itamaraty, em Brasília, e do Ministério de Relaciones Exteriores do Paraguai, acessadas em Assunção, além de periódicos brasileiros e paraguaios da época. Algo que permite apontar que a construção da segunda maior usina hidrelétrica do mundo desde as suas origens desafia a diplomacia dos dois países e ainda será objeto de grandes debates quando negociarem a renovação no tratado de Itaipu nos próximos anos.

Texto de: Luiz Eduardo Pinto Barros

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Esta obra trata do impasse diplomático entre Brasil e Paraguai nos anos de 1960 que possibilitou discussões em torno do “expansionismo brasileiro” e do simbolismo no centenário da “Epopeia Nacional”, a Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870), que é de grande significado para os paraguaios. No início da década de 1960, o Brasil desenvolvia estudos na região das Sete Quedas, no oeste do estado do Paraná na fronteira com o Paraguai, para aproveitar o potencial energético do Rio Paraná. Em 1962, a embaixada paraguaia no Brasil tomou conhecimento sobre o estudo e informou seu governo que imediatamente exigiu explicações do Estado brasileiro. Os paraguaios alegavam que a região ainda não estava demarcada, apesar dos tratados de fronteiras de 1872 e 1927 e, por isso tais estudos não poderiam ser realizados sem uma negociação. Entre 1962 e 1966, Brasil e Paraguai vivenciaram um impasse diplomático que abalou a relação quando ambos estavam em processo de aproximação. Em junho de 1966, foi assinada a Ata das Cataratas resolvendo a questão e iniciando as negociações para o aproveitamento hidroelétrico conjunto do Rio Paraná

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