Tão logo casa, sua vida passa a girar em torno do querer engravidar. Seus pensamentos recorrentes são sobre a possibilidade de ser mãe. Mas apesar de intensa expectativa, não consegue. Com a demora, começa a fazer tratamento – faz isso, faz aquilo e, a despeito de muito tentar, fórmulas e tudo mais, a gestação não acontece. Depois de uma série de frustrações, desiste e resolve adotar. Preenchendo todos os requisitos, adota uma menina. Porém, meses depois, para sua surpresa e de todos que a cercam, descobre que está grávida?!
É provável, leitor, você já ter conhecimento ou presenciado fato parecido. No meu caso, foi de perder a conta! Essa situação é similar à do estudante, aflito para passar no vestibular e não conseguir, mesmo após várias tentativas; do gerente exercendo enorme pressão sobre sua equipe e, ainda assim, não alcançar o cumprimento das metas e objetivos; gente ansiando perder peso e ganhando quilinhos. Também com aqueles cuja obsessão é ganhar muito dinheiro e acabar perdendo!
O mais curioso é que, até no sono, ao sonhar, estando na iminência de realizar algo tão desejado e… bem na hora H, acordamos! Ou, então, muda-se a cena e o ansiado momento desfaz-se, para depois lembrarmos com pouco ou muita decepção – não ter se concretizado.
Todos esses desapontamentos servem para chamar atenção sobre como “não ajuda”, em certas circunstâncias, o foco em excesso ou querer demais, na contramão dos que divulgam que: Para conseguir realizar nossos intentos, temos que configurar nossa mente, quase de modo exclusivo, para aquele fim – com imagens expostas na parede e constantes mentalizações do objeto ou objetivo que almejamos.
Quase todos nós, em dado momento, acreditando, firmemente, em algo ou alguém, acabamos por “dar com os burros n’água” numa ingrata desilusão. Sucedendo também o contrário – o que não se imaginava poder acontecer, acabar se materializando.
Texto de Renato Oliveira
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A obra Quando a autoajuda não ajuda e quando ajuda, de Renato Oliveira, trata da desconstrução e construção de temas polêmicos e contraditórios relacionados à autoajuda, a partir de concepções baseadas em estudos de filósofos, psicólogos, médicos, psicanalistas, físicos, dentre outros estudiosos do comportamento e da psique humana. Organizado em quatorze capítulos, distribuídos em duas partes, o livro apresenta pesquisas fundamentadas que auxiliam no desafio de adentrar no campo das convicções, considerando tendências ficcionais envolvidas no segmento da autoajuda, de forma a confirmar e/ou refutar conceitos construídos nesse processo.
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