James Stephens (1880-1950) foi descoberto por “AE” Russell que, juntamente com W.B. Yeats, fundou o movimento Irish Literary Revival, nos anos de 1980. Em 1907, Russell o denominou de “o novo gênio” por causa de um poema dele no Sinn Féin. Uma coletânea de poesias, Insurrections (1907), imediatamente surgiu e os trabalhos em prosa – The Charwoman’s Daughter (1912), The Crock of Gold (1912) e The Demi-Gods (1914) – se sucederam rapidamente, junto com The Hill of Vision (1912), outra coleção de poemas. Em 1922, após a formação do Estado Livre Irlandês, Stephens mudou-se para Inglaterra, onde estava o seu público.
Em Mary Makebelieve (originalmente The Charwoman’s Daugher), o autor irlandês James Stephens (1880-1950) dá-nos uma emocionante história do primeiro encontro de uma menina com o mundo adulto, onde a sua beleza em crescimento torna-se fonte de entusiasmo e ansiedade para ela mesma e para os outros à medida em que ela se movimenta entre o mundo pessoal da sua própria consciência e o mundo público, habitado por homens e mulheres para quem ela se tornou um receptáculo de esperanças e desejos – mas especialmente para um certo policial que chama a sua atenção quando está de serviço num cruzamento da cidade. O envolvimento de Mary e a sua subsequente fuga formam o conto de um inocente romance durante o qual o autor delineia a vida da classe mais pobre de Dublin na virada do século XX, repleta de personagens como a trabalhadora mãe de Mary, a proprietária da casa, Mrs Cafferty, que aluga quartos para sustentar a família, e Mrs O’Connor, a esnobe patroa da “faxineira” mãe de Mary, e tia do “policial grande”. A história de Stephen é um presságio da revolução irlandesa que ele antecipa com as suas cenas imaginárias e as suas frases intensamente criativas.
Escolhi James Stephens porque desde a primeira leitura, na minha busca por um novo olhar, ainda não identificado em outras obras, voltei a me encantar por uma história. Foi assim, por exemplo, quando li outros autores irlandeses como John Millington Synge, Brian Friel e Sebastian Barry. Na medida em que lia Stephens, me maravilhava com os detalhes, a delicadeza e o humor presentes em determinados trechos do livro, em outras palavras, a prosa genial do autor. Essa sensação provocada pela leitura me fez desejar trazer o texto para a língua portuguesa na certeza de celebrar Stephens junto ao público brasileiro. Mangas levantadas, decidi desde o início não lançar mão, pelo menos conscientemente, de nenhuma teoria, técnica ou interpretação que me conduzisse ao longo do percurso. O mais difícil foi o número de referências culturais que eu precisei pesquisar para compreender as peculiaridades que Stephens aborda no livro e ser o mais fiel possível ao seu original.
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A obra The Charwoman’s Daugher, cujo título agora em versão traduzida é Mary Makebelieve, conta a história de uma garota muito bonita e sonhadora que se tornou objeto de atração de um policial e que, pelas circunstâncias em que se encontram, Mary e sua mãe, esta a encoraja a ceder ao cortejo do policial. Organizado em 32 capítulos, o romance do autor irlandês James Stephens, traduzido por Ana Graça Canan, nos apresenta uma alegoria, já que relata o fato de uma autoridade britânica ter sido rejeitada pelo coração feminino da nação irlandesa, o que faz emergir um presságio da revolução irlandesa.
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