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As Mudanças de Consumo Presencial para Digital

Nas últimas décadas, negócios de todos os segmentos têm passado por profundas transformações. Com os avanços nas tecnologias da informação e com o aprimoramento da Internet e dos dispositivos de acesso à rede, empresas de todo o mundo tiveram acesso a novos recursos para otimizar sua produção, sua cadeia de fornecimento, gestão e governança, o atendimento ao público e até mesmo a comercialização de produtos e a prestação de serviços.


No Brasil, este movimento ocorria de forma mais tímida que em outros países. Assim, foi nos últimos dez anos que houve maior movimento neste sentido, com ampliação do acesso dos consumidores à internet e maior busca dos negócios por inserção nos mercados digitais.

Somado a este fenômeno, o espalhamento da pandemia do novo coronavírus pelo globo certamente impulsionou a transição do presencial para o digital. Em um contexto em que o isolamento social se faz necessário para refrear o avanço do contágio, as ferramentas online favorecem o consumo e a manutenção das operações internas dos negócios, reduzindo o contato físico entre pessoas e o compartilhamento de objetos.

Mas como será que este processo está ocorrendo no Brasil e quais serão os segmentos mais afetados por estas transformações? Se você também quer saber as respostas para estas perguntas, continue conosco na leitura deste artigo!

Conheça as empresas brasileiras

A economia brasileira é em grande parte movida pelas pequenas empresas. De acordo com dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, o SEBRAE, no Brasil existem 6,4 milhões de negócios. Entre estes, 99% são caracterizados como pequenos negócios empresariais, denominação que contempla as micro e pequenas empresas, bem como os microempreendedores individuais.

Estes pequenos negócios frequentemente enfrentam dificuldades para aderir às novas tendências de negócios, tendo acesso reduzido ao crédito e às novas tecnologias, além da mão de obra especializada necessária para que se façam investimentos neste setor. Para se ter uma ideia, o último estudo do IBGE sobre tecnologias informacionais nas empresas revela que quase 20% das empresas brasileiras ainda não estavam conectadas à rede mundial de computadores. Além disso, 16% dos negócios brasileiros sequer utilizavam computadores em suas rotinas.

O acesso limitado a recursos e as dificuldades administrativas que tipicamente fazem parte das rotinas dos pequenos negócios levaram estas empresas a protelar sua modernização, preterindo-a em prol de outras prioridades.

No entanto, a mudança de comportamento do consumidor, que está cada vez mais conectado e se sente a cada dia mais seguro para negociar e comprar online, fez empreendimentos presos a estes modelos obsoletos pouco a pouco perdessem competitividade no mercado. E se isso não bastasse para alavancar as modificações necessárias para acompanhar as tendências, a pandemia da Covid-19 foi o estopim que faltava.

Como o novo Coronavírus transformou o consumo

A necessidade de isolamento social levou os governos a impor diversas restrições para reduzir o contato entre as pessoas e, assim, os índices de contágio, a fim de não sobrecarregar o sistema público de saúde. Isso levou a uma redução no trânsito de pessoas e à necessidade de alguns negócios literalmente fecharem suas portas para cumprir com as determinações sanitárias legais.

E a alternativa para manter a receita frente a tamanho desafio foi a Internet. As tecnologias digitais proporcionam aos negócios a oportunidade única de manterem a conversa com seus clientes (por meio das redes sociais e dos canais de atendimento online), bem como de continuarem comercializando seus produtos. Dessa maneira, a crise trazida pela pandemia também apresentou a oportunidade, se não a necessidade, de que tais negócios se modernizassem.

Para cada setor e para cada empresa individualmente este processo ocorreu em escalas distintas. Enquanto alguns ingressaram pela primeira vez no segmento do comércio digital, outros se viram obrigados a aperfeiçoar sua presença na web.

Como a pandemia mudou a abordagem dos empresários quanto à tecnologia digital

Segundo pesquisa realizada pelo Sebrae com empresas de todo o país, 45,1% dos negócios passaram a investir em soluções digitais para contornar os efeitos negativos das restrições de circulação. Entre os empresários brasileiros, 28% começou a fazer vendas em redes sociais como WhatsApp, Facebook e Instagram.

Além disso, 7,5% ingressaram nos aplicativos que centralizam vendas online e serviço de entrega, como Uber Eats, Rappi e iFood, entre outros. Outros 5,4% iniciaram processos de venda por site próprio e 6% investiram em publicidade online.

Segmentos que migraram em larga escala do presencial para o digital

Segundo o mesmo estudo, alguns setores investiram de forma mais expressiva na comercialização de produtos e serviços on-line do que outros:

  • 63% das empresas prestadoras de serviços em geral;
  • 53% dos prestadores de serviços corporativos;
  • 44% das empresas de educação, bem como indústrias de base e tecnológicas;
  • 43% dos negócios da indústria alimentícia;
  • 42% das empresas de varejo;
  • 41% das atuantes no segmento de alimentação;
  • 39% das empresas de moda e artesanato.

Mudanças no comportamento do consumidor

O consumidor, que já apresentava crescente interesse pelas compras online, ampliou a busca por estes serviços. De acordo com a FleishmanHillard, 95% deles espera que as empresas implementem soluções para reduzir o contato.

Além disso, a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo realizou uma pesquisa para rastrear as mudanças no comportamento do consumidor em decorrência da pandemia de Covid-19. De acordo com os resultados obtidos pela instituição, 61% dos clientes que compraram online consumiram em maior volume, sendo que quase metade deles aumentou suas compras em mais de uma vez e meia.

A pesquisa também indicou um aumento na procura por delivery especificamente de alimentos e bebidas. Neste setor, 79% dos entrevistados aumentaram seu consumo. A expectativa é de que tais transformações se tornem parte do comportamento do consumidor em caráter permanente.

Por isso, os negócios que investiram na digitalização ainda vão desfrutar de bons resultados após a crise, com um possível aumento da expressividade destes quando comparados aos do investimento em digitalização pré-pandemia.

Assim, as mudanças da sociedade que já direcionavam os diversos setores de mercado para uma crescente digitalização foram potencializadas. Tanto empresas como clientes encontraram na Internet a possibilidade de manter suas rotinas, fazendo a transição do consumo presencial para o digital ocorrer de maneira mais expressiva.

Fundada em 2009, é uma editora voltada para a publicação de conteúdos científicos de pesquisadores; conteúdos acadêmicos, como teses, dissertações, grupos de estudo e coletâneas organizadas, além de publicar também conteúdo técnico para dar suporte à atuação de profissionais de diversas áreas.

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