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A história do Livro

A história dos livros começou há milhares de anos, com a criação da escrita, mas é possível relacioná-la também com outros fatores, como política, economia, pensamentos e religiões. Para falar a verdade, os livros não surgiram com a forma que conhecemos hoje, mas sim de um jeito muito diferente.


O homem já sabia se expressar de outras formas, além de escrever, há milênios, como através dos desenhos rupestres, nas paredes das cavernas. A sua história, porém, só pode ser registrada a partir da invenção da escrita, há cerca de 5 mil anos.

Como não era capaz de guardar no cérebro de tudo que sabia, o homem aprendeu a escrever, há séculos, a fim de armazenar tudo o que conhecia e passar todas as informações para as futuras gerações. A escrita surgiu, portanto, para criar a História do homem.

Com o passar dos anos, a invenção de tecnologias possibilitou uma conservação melhor das criações humanas, assim como o seu armazenamento. Fora a facilidade para produzir obras e o acesso à informação mais democratizado.

Isso nos leva a uma longa caminhada, desde as plantas e papiros às páginas de um livro digital. O processo para chegar ao último levou muito tempo e apresentou diversas habilidades humanas.


Antiguidade: a época em que começou a história dos livros

Os relatos mais antigos dos primeiros livros datam de milênios antes de Cristo. E eles não eram nada parecidos com os e-books e livros digitais que vemos hoje.

Antigamente, a escrita era uma atividade exclusiva de escribas ou escrivães, assim como a leitura. Somente eles sabiam ler e escrever. E o material onde eles faziam isso, chamado de papiro (uma espécie de planta), deveria conter apenas informações oficiais, como leis e assuntos administrativos, e religiosas.

Os papiros eram, então, prendidos uns aos outros, a fim de formar um rolo (que podia ter metros de extensão).

Na realidade, cada povo registrava os seus conhecimentos e anotações da forma mais pertinente para si mesmo. Havia escritos em placas de argila, cascas de árvores, pedras, madeira e também em barro.

Os indianos, por exemplo, estavam acostumados a usar as folhas da bananeira para escrever. Em seguida, pedaços de madeira eram usados como a capa do “livro”, depois que as folhas eram costuradas. Até hoje, ainda é possível encontrar livros assim no continente asiático.

Os pergaminhos surgiram séculos depois e serviram para dar mais funcionalidade e resistência aos escritos mais importante da época. Além disso, a preservação de pergaminhos era muito mais fácil do que a de rolos extensos de papiro.

A invenção dos livros encadernados aconteceu quase no final da Antiguidade, quando estudiosos decidiram organizar em páginas os pergaminhos escritos. A novidade serviu como facilitadora para a locomoção e o manuseio dos objetos, quando era necessário.

O papel chegou na Europa anos depois, com a chegada de mercadores árabes, que vieram da China. No entanto, os livros ainda eram manuscritos, copiados por monges e escribas, e podiam demorar mais de um ano para ficarem prontos.

Já durante a Idade Média, os livros viraram exclusividade de clérigos (membros de ordem religiosa). Dessa forma, eles se tornaram objeto para devoção a deuses. Foram criados, inclusive, livros para a formação de novos estudiosos da religião.

Em um momento da história, a Igreja inclusive chegou a proibir inúmeros livros, chamados de impróprios por membros do clero. Por isso, os romances e livros de História, com os quais estamos acostumados, demoraram mais para aparecer.


A revolução da escrita: a prensa de Johannes Gutenberg

Há cerca de 500 anos, na Idade Moderna, o alemão Johannes Gutenberg segurava um livro impresso pela tecnologia que revolucionou a escrita e a história da comunicação: a prensa de tipos móveis. A partir dessa invenção, a impressão em massa de materiais começou.

A impressão já havia sido criada, durante o século XIV, e os chineses aprimoraram a técnica com tipos móveis de madeira. Nada chegou aos pés da criação de Gutenberg, com metal. Era mais resistente e reutilizável.

Como falamos anteriormente, escrever era uma atividade restrita a escribas, que faziam tudo à mão: escreviam letra por letra nos papéis e pergaminhos. Já é possível imaginar o preço de um livro escrito dessa maneira, não? Provavelmente o preço de terras imensas ou anos de plantações.

Foi através da nova invenção, que o custo para a fabricação de livros diminuiu consideravelmente. O primeiro exemplar impresso foi a Bíblia, em latim, que ficou conhecida como a Bíblia de Gutenberg.

Exatamente na época da invenção de Gutenberg, pensadores e filósofos estudavam novas teorias e a prensa foi essencial para disseminação de novos conhecimentos. Rapidamente, mais pessoas tiveram acesso aos livros e à escrita. Por consequência, mais países adotaram a técnica de impressão e milhares de livros foram publicados nesse período.

Com a disseminação do papel e a facilidade da prensa com os novos tipos móveis, os livros se popularizaram entre as pessoas, a educação deu início a um processo de democratização e a imprensa começou a surgir.

Os novos gêneros de livros começaram a aparecer também por perto dessa mesma época. Os romances, as novelas e os almanaques nasceram após a prensa de Gutenberg. Desde então, os livros são considerados um objeto de acesso a conhecimento e educação, visto que antes as pessoas não sabiam ler ou eram proibidas.

No Brasil, os livros chegaram junto com os portugueses, no século XV, durante o período colonial. Eles eram utilizados, sobretudo, por jesuítas na catequização dos índios. A Bíblia de Gutenberg foi o primeiro livro a chegar em solo brasileiro.

No entanto, só foi permitido escrever livros no nosso país, a partir de 1808, quando a Coroa Portuguesa, de fato, se mudou para cá. Antes disso, ter uma tipografia era considerado crime.


A Idade Contemporânea e a explosão de livros pelo mundo

A Contemporaneidade (período atual, que começou a partir da Revolução Francesa) e as Revoluções Industriais trouxeram muitas novidades tecnológicas. Fora a produção em larga escala de vários bens, inclusive os livros.

Se a prensa de Gutenberg reduziu o custo de produção dos livros, as inovações oriundas do avanço da tecnologia diminuíram ainda mais. Com isso, deu-se início a era de grandes produções e dos best-sellers, conhecidos e vendidos até hoje.

A leitura e a escrita foram cada vez mais democratizadas. Boa parte da população dos países tinha acesso a livros.


Os livros na Era Digital

As revoluções tecnológicas não param de acontecer. Praticamente, todos os dias somos bombardeados por novos aparelhos e seus lançamentos. Assim como avanços na saúde e na indústria.

Todas essas mudanças também afetaram os livros e, principalmente, os hábitos de leitura e escrita das pessoas. Hoje, é mais comum escrever e fazer rascunhos pelo computador do que numa folha de papel. Até escolas tradicionais se renderam e começam a adotar material didático mais tecnológico.

Um dos motivos para que isso aconteça é o barateamento do custo de produção dessas tecnologias. Há algumas décadas, nem todas as famílias tinham um computador ou um celular em casa. Eram itens caros demais para se popularizar. Hoje, dificilmente encontramos uma casa que não tenha um computador ou um celular.

Outro ponto que justifica a mudança de costumes é a proteção ao meio ambiente. O desmatamento para fabricação de papel se mostrou reversível, de certa forma, com o advento das tecnologias. Livros com centenas de páginas puderam ser substituídos por folhas digitais. O virar a folha agora é clicar com os dedos.

Fora isso, o armazenamento de livros físicos é muito mais complicado do que simplesmente ler um arquivo e salvar na nuvem ou no próprio computador. Exige estantes ou prédios enormes para guardar acervos, como as bibliotecas. Até elas foram digitalizadas e, hoje, podemos encontrar centenas online.

A modernização dos livros também trouxe a acessibilidade para o universo da leitura. Além de livros digitais, hoje já existem também os áudios-livros. O conteúdo é lido por uma voz. Dessa forma, é possível incluir as pessoas deficientes visuais e estimulá-las a ler cada vez mais.

A acessibilidade na leitura já havia sido pensada, lá atrás no século XIX. Louis Braille criou o sistema de leitura tátil, para pessoas cegas. No entanto, a humanidade segue, ainda bem, tentando inventar novas formas de inclusão social de pessoas deficientes.

Os livros digitais como conhecemos hoje, na realidade, surgiram no final do século XX, mas ganharam espaço, de fato, na última década. A sua chegada foi tão triunfal, que mexeu com o mercado de livrarias e sebos.

Muitas unidades chegaram a fechar as portas, por conta do menor número de vendas e queda no faturamento. Em paralelo, algumas lojas se adaptaram à transformação e passaram a vender os seus livros digitalizados, fáceis de ler em diversos dispositivos.

O debate sobre o fim dos livros físicos ou a sua substituição pelos digitais rende entre especialistas. No entanto, ainda se publicam muitos exemplares e provavelmente continuaremos a sentir o cheiro de um livro novo.

Afinal, o mercado pode ditar muitas regras. Contudo, no final das contas quem decide o futuro dos livros é o leitor. Possivelmente teremos que nos acostumar com novas tecnologias e maneiras de se ler. Mas no fim, quanto mais lermos, mais livros serão escritos, sejam eles físicos ou digitais.


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