A obra “A Ecologia como uma ideologia” é de autoria de Valdir Duarte, nascido e criado no Rio Grande do Sul. O estudioso foi um importante educador popular e dedicou toda a sua vida aos movimentos populares, tanto que se especializou na área, fazendo mestrado em Educação e doutorado em Antropologia Social. Já publicou vários artigos e livros, sendo este mais um deles.
A obra em questão é fruto de mais um de seus diversos trabalhos de pesquisa. Neste livro, o autor se debruça sobre uma temática que é considerada por muitos estudiosos como espinhosa, do ponto de vista político, social, econômico e cultural.
Síntese da obra
Ele investiga as ideologias dominantes e contra hegemônicas no cenário ecológico do sudoeste do Paraná. Em outras palavras, busca conhecer a realidade dos camponeses dessa região, bem como sua forma de trabalho, técnicas aplicadas e como fazem para gerir os conflitos gerados pela sede econômica das organizações ligadas aos agronegócio. Trabalha assim com classes e grupos sociais de poder.
Além disso, coloca em cena o discurso romântico sustentado pela agroempresa com relação à preservação da ecologia e do meio ambiente, mas que, quando comparado com a vida real, há pouca ou nenhuma coerência.
Capítulos
O livro está dividido em três capítulos. No primeiro, Valdir Duarte trabalha categorias teóricas fundamentadas em conceitos ligados à verdade, ao conhecimento e à imaginação.
No segundo, reflete sobre a ecologia, conflitando-a com fenômenos como capitalismo, liberalismo econômico e modernidade. Na verdade, é aqui que o autor se faz a seguinte pergunta, convidando-nos a refletir junto com ele: será a modernidade e o capitalismo os responsáveis pela crise ambiental que vivemos?
Além disso, questiona o conveniente consenso elaborado pelas empresas capitalistas sobre a preservação ecológica. Na visão do autor, trata-se de uma estratégia para criar inverdades ecológicas e, dessa maneira, persuadir à sociedade de que existe uma perfeita harmonia entre os seus interesses e a sustentabilidade ecológica.
É o terceiro capítulo o suprassumo da obra “A Ecologia como uma ideologia”. Baseando-se em entrevistas realizadas com os camponeses, o autor delineia a percepção destes sobre o conceito de ecologia. A intenção com isso é verificar até que ponto tal conceito se aproxima da noção global ecológica.
Mais que isso, na verdade: a partir dessa noção, decifram-se questões que são essenciais para entender as fraturas morais e sociais, os contra discursos implantados pelas organizações populares do campo e os conflitos ideológicos aí travados.
A obra se destaca pela atualidade do assunto, que é, como se sabe, emergencial. A discussão dessa temática é fundamental para a criação de políticas públicas que, de fato, busquem o equilíbrio entre o meio ambiente e os interesses capitalistas do sudoeste paranaense.
Além disso, possui uma linguagem de fácil leitura, o que otimiza o processo de reflexão. Assim, é ideal para alunos que estejam dando os seus primeiros passos rumo aos estudos da questão agrária, ecológica e ambiental.
Pode também ser utilizada em sala de aula pelos docentes para fomentar a discussão sobre um assunto que é emergencial. Adquira a sua obra e amplie os seus conhecimentos!