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A Semiótica e o Círculo de Bakhtin

A obra do filósofo russo Mikhail Bakhtin é marcada por uma verdadeira investigação da linguagem humana. Em seus escritos, ele desenvolve uma nova teoria sobre o romance europeu. Hoje, as publicações que tratam dos conceitos bakhtinianos são prolíficas. Contudo, nem sempre os conceitos do autor estão claros ao leitor. “A Semiótica e o Círculo de Bakhtin – A polifonia em Dostoiévski” traça uma interpretação original para aclarar esta questão.

É notável que ao analisarmos os livros, periódicos e materiais especializados no autor encontramos um quadro de interdisciplinaridade. É através de linguística, história, crítica literária, psicologia, pedagogia e tantas outras disciplinas, que se busca desbravar o pensador russo. Acontece que este quadro acabou favorecendo as incompreensões.

Especialmente no tocante a um dos conceitos mais importantes, e complexos, na obra de Bakhtin: a polifonia em obras literárias. O que Marcos Rogério Martins Costa propõe em sua abordagem é uma interpretação coerente e original. Partindo de uma leitura semiótica, ele pôde instrumentalizar os conceitos do Círculo de Bakhtin dentro dos estudos do texto e do discurso.

Mikhail Bakhtin foi líder intelectual de um seleto grupo de estudiosos russos que empreendiam estudos científicos e filosóficos. Em razão de sua liderança esta reunião de pensadores foi chamada de Círculo de Bakhtin. A empreitada do professor-pesquisador Marcos Costa em sua obra é operacionalizar a teoria bakhtiniana a partir da semiótica francesa.

Nas páginas do livro, o conceito das múltiplas vozes é aplicado em três romances do conterrâneo de Mikhail, Fiódor Dostoiévski. São eles: Crime e castigo, Os irmãos Karamazov e Um Jogador. É através deles que será analisada a polifonia em Dostoiévski.

A polifonia em Dostoiévski

Foi em “Problemas da Poética de Dostoiévski” que o filósofo russo trata pela primeira vez do conceito de romance polifônico. Para ele, é o autor de Crime e Castigo e Os Irmãos Karamazov que inaugura tal gênero discursivo. Este é marcado pela multiplicidade de vozes, que vão se equiparar à própria voz do autor-criador.

A metáfora musical aqui não é mero acaso. O termo em sua acepção original descreve a construção dinâmica de uma textura sonora com duas ou mais vozes. Tal combinação origina a harmonia musical – o encadeamento de sons simultâneos. A técnica se opõe ao canto gregoriano, de natureza monódica, ou seja, com apenas uma voz.

É esta mesma dinâmica que Bakhtin enxergará nas obras de Dostoiévski. Ao resgatar os romances do russo em Semiótica e o Círculo de Bakhtin, Marcos Costa faz entender de modo prático e objetivo os procedimentos discursivos do autor. Deste modo, podemos depreender de que forma eles sustentam o efeito de sentido de polifonia nas obras estudadas.

O autor – Marcos Rogério Martins Costa

O autor de A polifonia em Dostoiévski é doutor e mestre em Letras pela Universidade de São Paulo (USP). Além disto, Marcos Rogério Martins Costa é licenciado em pedagogia pela Universidade de Santo Amaro.

Suas especialidades incluem semiótica francesa, círculo de Bakhtin, metodologia científica, linguística geral, língua portuguesa e novas mídias. É o casamento dos dois primeiros domínios que dá corpo ao livro A Semiótica e o Círculo de Bakhtin. Atualmente, Marcos Costa leciona no ensino básico e superior.

Fundada em 2009, é uma editora voltada para a publicação de conteúdos científicos de pesquisadores; conteúdos acadêmicos, como teses, dissertações, grupos de estudo e coletâneas organizadas, além de publicar também conteúdo técnico para dar suporte à atuação de profissionais de diversas áreas.

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